Ambientes Marinhos
Um mergulho nos habitats do sul global: América do Sul Atlântica e Sub-antártica
Um mergulho nos habitats do sul global: América do Sul Atlântica e Sub-antártica
A área marinha do Oceano Atlântico ao longo do litoral da América do Sul é extensa — ultrapassa 50% da área terrestre da região. Essa vastidão abriga uma imensa diversidade de ambientes bentônicos e espécies com enorme importância ecológica e econômica. No Brasil, essa área é conhecida como Amazônia Azul, dada sua relevância comparável à da Floresta Amazônica. Na Região Sub-antártica se destacam as extensas florestas de Kelps, lembrando as terrestres, formadas por algas de grande porte (até 60m).
Ambientes Bentônicos:
um mundo subaquático
O foco deste site são os ambientes relacionados a organismos bentônicos — animais e plantas que vivem sobre ou dentro do fundo marinho. Seu ambiente, ou habitat, é definido por um conjunto específico de condições físicas e biológicas.
Os habitats marinhos podem estar bem próximos da costa, como os manguezais, onde mar e terra se misturam, os costões rochosos e os recifes de coral. Outros ocupam predominantemente áreas mais profundas da plataforma continental, como os bancos de rodolitos ou as florestas de kelps. Há ainda ambientes que se estendem além da plataforma, atingindo profundidades de centenas a milhares de metros: os ambientes marinhos profundos.
Apesar de sua importância, esses ambientes ainda são pouco conhecidos, estudados e mapeados.
Pouco também se sabe sobre sua dinâmica ecológica. A existência, estrutura e função de cada habitat depende dos fatores ambientais de cada local. Os impactos antrópicos regionais e globais - incluindo as mudanças climáticas e a acidificação dos oceanos, entre outros - tem degradado exponencialmente sua estrutura, com impactos dramáticos na sua diversidade, estrutura e funcionamento. Um mesmo habitat pode apresentar distintas fisionomias e sensibilidades - por exemplo os recifes de coral do Nordeste brasileiro tem diferentes níveis de sensibilidade ao aumento da temperatura.
A existência dos habitats bentônicos depende diretamente de fatores ambientais, que podem ser:
Abióticos, como o tipo de substrato, radiação solar, temperatura, salinidade, ondas e correntes marinhas.
Bióticos, como a presença de organismos que estruturam o ambiente (como corais ou rodolitos), a competição por espaço e a predação.
Nas áreas de zona de marés, até fatores "terrestres", como o vento e a chuva, influenciam diretamente os organismos durante os períodos de maré baixa, quando ficam temporariamente expostos.
A falta de informação se reflete também na educação. Em muitos níveis de ensino, esses ambientes são pouco ou nada abordados. Ambientes permanentemente submersos, como os bancos de rodolitos, são muitas vezes completamente desconhecidos — apesar de ocupar vastas áreas e ter impacto ecológico e econômico direto no nosso cotidiano.
O site Habitats Bentônicos é uma plataforma gratuita de consulta e ensino sobre os habitats marinhos da América do Sul Atlântica e Sub-antártica. Cada página funciona como um capítulo temático, elaborado por cientistas de diferentes universidades da região.
Nosso objetivo é tornar visível o invisível, conectando ciência, educação e ação.